domingo, 16 de novembro de 2008

Gaiola das Vaidades

Venho observando uma coisa muito interessante nesses mais de 12 meses de trabalho novo. Uma diferença nada sutil de um ambiente de trabalho predominantemente masculino em relação a um ambiente de trabalho com a maioria de mulheres. É algo que é diferente sim, mas está englobado em um único conceito: vaidades.

Trabalhei 4 anos em uma empresa de Tecnologia e Desenvolvimento (minha área de coração e formação) e lá tínhamos uma predominância de 70% a mais de homens que mulheres. Sempre no começo se é tratada como uma "mulher". Explico, neste comecinho não se pode evitar ser julgada pela aparência, se é "gostosa" ou se é "baranga". Homens respondem muito mais rapidamente a estímulos visuais e só bem depois reagem aos sensoriais. Mas o desafio maior, neste caso, é desvincular a idéia de que você é uma "fêmea pronta para o abate", da idéia de que você é uma profissional e que necessita ser respeitada como tal. Se a primeira idéia for sustentada no primeiro momento, é bastante difícil ser "levada a sério" profissionalmente. Mas se logo de primeira houver respeito e competência além do rostinho bonito é muito certo a "aceitação".

Não vou ser hipócrita de negar que sou vaidosa. Sim, eu tenho meus repentes de querer fazer uma maquiagem mais bonita, colocar uma roupa que valorize o meu visual e arrumar o cabelo, como qualquer pessoa comum com uma auto-estima normal. Mas achar que isso é tudo na vida é demais. Num ambiente com a predominância de mulheres você é julgado não somente pela sua aparência física mas também pelo status que aparenta. Desta forma o conceito sobre o que você possui de competência é formado em um primeiro momento.

Comparando os dois casos quando uma mulher de boa aparência adentra em um ambiente de trabalho, enquanto a competência para os homens é construída, para as mulheres é um processo ou de sustentação ou de DESconstrução.

As vaidades são bem diferentes mesmo. Confesso que sustentar vaidades masculinas são mais fáceis mesmo. Gostei bastante de ter trabalhado com homens, me fez entender bastante coisa a respeito do mundo masculino e como lidar com esses "seres magníficos" [hehehe]. Foi bom enquanto durou, mas agora estou vendo o outro lado da moeda. Estou aprendendo também mas este "módulo" do "curso" está sendo mais avançado do que eu imaginaria que fosse. Espero de coração aprender bastante com as minhas novas experiências profissionais entre outras fêmeas de nossa espécie. Assumo a posição de observadora e presquisadora com o intuito de tirar lições e conclusões ao fim dessa jornada. ;)

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Sim, você está vendo um post novo. Na verdade este texto estava escrito mas incompleto tinha um tempo e eu me deparei com ele ao acaso. Nem lembrava que tinha alguma coisa aqui. hehehe

Por aqui tá tudo bem. Decepções, surucucus rondando com líguas afiadas e coisas chatas acontecem sempre. Mas também muitas coisas boas, pessoas se revelando amigas, conhecendo gente nova e algumas surpresas muito (muito *_*) boas.

Acabo de chegar de uma viagem maravilhosa por Minas e ultima parada no Rio. Tive que fracionar minhas férias e meus 12 dias restantes serão em Janeiro. Sampa aí vou eu! Bem que podiam passar bem rápido esses 2 meses que me separam do aeroporto. Não vejo a hora. ^^

4 comentários:

Marcy disse...

Ah bocó, assim, acho que não é algo tão simples como Homens X Mulheres. Além da questão de sexo tem o ambiente. Digo, no nosso lab de Testes que era maioria feminino eu nunca percebi uma fogueira das vaidades feminina.
Na PUC, o pessoal era bem jovial e todo o clima era bem leve, descontraído: "no" vaidades, também.
Já quando trabalhei um cadinho com uns consultores SAP, um deles particularmente tinha essa questão do status muuito arraigada no comportamento, talvez por que esse pessoal ganhe horrores... vai saber.
No Rio, tínhamos duas realidades, a dos desenvolvedores e testadores "sem casa", mas ainda assim se esforçando pra manter um ambiente de trabalho sadio e divertido, ah, e produtivo e dos consultores, traders, etc etc que se vestiam mega-bem e aparentavam sempre ser sofisticados e "superiores" - visão completamente do ponto de vista externo.
Agora, serviço público tem outras particularidades e ainda assim, nem todo serviço público é igual ao outro <<< kind of obvious. :-)
Blé, falei demais!
Que bom que voltaste a postar!
Beijos!

ThEyA disse...

Sim, talvez seja atrelado ao serviço público mesmo. Pq eu percebi o mesmo comportamento no meu estágio em uma oooutra instituição pública.
Same behavior.

Luciano Freire disse...

Legal q tu voltou a postar...

Pois eh... nem tanto a eskerda nem tanto a direita... ambiente c muita mulher tem suas peculiariedades e ambientes masculinos tb.

Na anac estou num ambiente com mais homens q mulheres, e quase todos engenheiros. Ainda bem q ode estou essa coisa de fogueira de vaidades naum rola... mas sei q o setor q estou eh uma excecao, tem mto disso lah. Mas whatever neh...

xero

Lisias disse...

(antes tarde do que nunca!!) :-)

Olha, concordo com a galerinha. Tem mais a ver com o ambiente que com o sexo.

Trabalhei um ano redondinho numa mutinacional de auto-peças (sim, eu voltei a trabalhar para "aqueles" europeus!), e o clima lá era PÉSSIMO. Fogueira das vaidades é fichinha perto daquilo, o conceito ali era de guerra declarada. Guerra de vaidades...

O que este ambiente tem em comum com o Serviço Público? Bom, minha opinião com certeza é controversa (iuuiui), mas vamos lá: que venham os flames...

Lá na [piiii] (identidade omitida para preservar-me de processos retaliatórios) competêrncia e mérito não valiam nada.

Se você acertasse, era porque teu chefe te mandou fazer a coisa certa. Se você errava, era porque você não fez o que teu chefe mandou...

Simplesmente não importava se você era bom ou não, se era competente ou não, se fazia seu trabalho direito ou não. O que importava era (aparentar) fazer o que teu chefe mandava, e nada mais.

Num ambiente destes, você precisa manter as aparências. Se algo der errado, você preciosa tirar o teu da reta, caso contrário será lançado aos leões. Se você fizer algo muito certo, você precisa esconder que foi você - ou teu chefe te despede porque "esta empresa não pode depender de heróis".

E então, tudo o que sobra é uma interminável guerrinha de egos (vaidades), onde se disputam pequenezas como uma cadeira decente.